quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Poder da Língua

“Foi mal galera, cheguei atrasado de novo...Tinha um cara da BHTrans no meio do caminho avacalhando o trânsito. O trânsito ta horrível por causa de um retardado que derrubou as vigas na saída do túnel da Lagoinha. Burro demais, tinha um aviso de altura máxima, e a anta tentou passar com uma escavadeira, mesmo sabendo que não dava pra passar!”

Assim, reclamando, eu cheguei hoje à faculdade, para participar da reunião do nosso grupo. Eram 18h30min. Eu tinha marcado a reunião pras 18. E o acima relatado ainda é só um pedaço da reclamação. Eu ia dar um estudo, adivinha o tema: a língua!!!

Lemos Provérbios 18:21 (A vida e a morte estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto), e Eclesiastes 10:12-15 (Nas palavras do sábio há favor, mas ao tolo os seus lábios devoram. As primeiras palavras da boca do tolo são estultícia, e as últimas, loucura perversa. O estulto multiplica as palavras, ainda que o homem não sabe o que sucederá; e quem lhe manifestará o que será depois dele? O trabalho do tolo o fatiga, pois nem sabe ir à cidade).

Começamos então a discutir sobre o que estes versículos significavam, e quais as implicações práticas eles teriam em nossas vidas. Depois de um tempo, uma das meninas do grupo me pediu a palavra. E pediu permissão para me usar como exemplo.

Ela começou relatando a minha chegada, com murmurações, reclamações, tudo, menos FAVOR. Chamei o motorista do caminhão de burro, de anta, etc. Em momento nenhum eu tive compaixão do cara. Falei até que o motorista deveria morrer, por que a burrice dele além de levá-lo a fazer o que fez, ainda havia prejudicado a muitas outras pessoas. “As palavras têm poder, de verdade”, disse a Lílian. “Nós temos que ter cuidado com aquilo que falamos. Devemos olhar o exemplo de Jesus. Quantas vezes os fariseus se levantaram pra acusá-lo, pra humilhá-lo e ele respondeu com sabedoria? Devemos pedir a Deus pra nos dar sabedoria, pra falarmos a coisa certa.”

Eu precisava ouvir isso. Porque eu nem tinha percebido o que eu tinha falado, o peso das palavras que eu havia usado. Quantas e quantas vezes isso tem acontecido. Quantas vezes uso palavras que machucam aqueles que estão ao meu redor, quantas vezes...Quantas vezes murmuro por coisas tão pequenas...Quantas vezes respondo de maneira ríspida...

“A morte e a vida estão no poder da língua”, está escrito nas Sagradas Escrituras. “Nas palavras do sábio há FAVOR”. As minhas palavras não foram de um sábio. Foram de um tolo; geravam morte e não havia favor. Favor é graça, misericórdia, bondade. Minhas palavras tinham o oposto: juízo, condenação.

Tiago escreveu que “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo.” (Tiago 3:2).

Lembrei-me de Boaz. Ele falou com sabedoria. Vejamos Rute 2:12-13. No vs. 13 Rute diz “me consolaste e falaste ao coração de tua serva”. Palavras sábias trazem cura, consolo, paz, alegria. As palavras que eu proferi ao chegar na faculdade não traziam isso.

O que a Lílian falou e os versículos que lemos me levaram a refletir: será que eu tenho conseguido controlar a minha língua?

Devemos nos esforçar para controlarmos a nossa língua. Se reclamarmos demais, além de afastarmos as pessoas de nós, desagradamos a Deus. As pessoas não vão querer ir a igreja, já que o crente que ela conhece só sabe reclamar. Paulo disse: “Em tudo dai graças, por que esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.

Que Deus nos ajude a controlar a nossa língua, de forma que falemos somente aquilo que traz vida.

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